A raça de Lagoa Santa - velhos e novos estudos sobre o homem fóssil americano

Joleaud, da Sorbone, estuda os vários aspectos de evolução dos primatas sul-americanos, a propósito desse enigmático antropoide da Venezuela.

Começa o ilustre cientista por estudar os caracteres comuns dos macacos da América, tais como a platirrinia, a conformação dentária, dentes de leite e 36 definitivos, etc. Ao contrário, os símios do antigo mundo tinham a separação das cavidades nasais estreita, 20 dentes de leite e 32 definitivos. Entre os macacos da América o Ateles se destaca pela cabeça arredondada, notável elevação da fronte e insignificante proeminência do focinho. Por essas características ele lembra o Gibbon e o homem, embora não esteja classificado como é natural entre os Primatas superiores. Mas a inteligência do Ateles é notável, tornando-o intelectualmente superior a todos os outros quadrúmanos americanos.

Joleaud nos diz que se observa nesse macaco uma certa tendência à redução do número de dentes. O terceiro molar é muito menor que os dois outros, principalmente no maxilar superior. Essa observação é interessantíssima porquanto caracteriza um determinado grau de evolução, que não é comum mesmo nos antropoides, como se pode ver dos seus próprios molares. Comparando-se os molares do Pitecanthropus com o do homem primitivo e do homem atual, verifica-se essa tendência evidente do atrofiamento do terceiro molar, que tende a desaparecer com o encurtamento que se vai manifestando no maxilar humano. Pela forma de conjunto do seu corpo, o Ateles ostenta uma grande flexibilidade de movimentos auxiliado pelos seus longos membros, podendo-se até certo ponto compará-lo ao Gibbon. De mais esse animal não tem os dedos polegares dos membros anteriores ou algumas vezes apenas esses dedos de rudimentar aspecto. O corpo é coberto de longos

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