em seu curso, eu parto. Adeus. Faze-me ouvir o amor que fala." A Douda subiu então à sua barca.
O Canto Terceiro "A Peregrina" descreve a morada da amada do "Trovador". Chama-se assim porque ela apareceu sozinha por ali (vive só de harmonia e perfumes) - sua casa é um vale delicioso, envolto de florestas sombrias, um "silvestre pavilhão",
no meio encontra-se um lago.
A "Douda" chega aí ao por do sol e vê a peregrina repousando sobre a relva. É tão bela, seus encantos são tão poderosos que a "Douda" não pode deixar de gritar, não obstante o seu ciúme: "Na verdade, é ela que eu deveria amar." A esta exclamação, a "Peregrina", ergue-se e pergunta espantada à "Douda" quem ela é e o que procura às margens do lago. A louca, abismada na contemplação da estrangeira, perturba-se com esta pergunta e recorda o fim para que veio. Lembra-se de sua promessa, o
desespero a retoma, foge em torno do lago, quer precipitar-se nas ondas. Porém percebe sua imagem que ela toma pela da "Nebulosa", irritada de sua hesitação e se submete contra a sua vontade. No entanto, ela não pode dirigir-se diretamente à "Peregrina". Cheios de dor e ciúme, seus olhos circundam-na e, enfim, vão pousar sobre uma rosa mal aberta. É a esta flor que ela falará. A estrangeira lhe parece ter tomado esta forma, a rosa a ouvirá. Ela faz soar um canto de amor doce e lamentoso.
Nem sempre rosa, linda flor, hás sido
Nem sempre o mimo do secreto lago;
De encanto és presa, de vingança exemplo,
Se agora és rosa, foste já donzela.
Doces aromas que teu seio exala,
Revelam mudos de teu fado a história;
Também sou maga, e desnudei arcanos;
Sei que és donzela, e só no aspecto rosa.