Canto forte, que se poderia ouvir a muitos metros de distância.(11) Nota do Autor
Às margens do rio viam-se árvores carregadas de ninhos de “xexéus"(12). Nota do Autor
Pareciam coadores de café. Algumas árvores apresentavam-se tão cheias desses ninhos, que pareciam grandes árvores de Natal armadas com um só enfeite. Às vezes, os ninhos chegavam a tocar quase na água. Dizem que o "corrupião", embora menor, toma o ninho do "xexéu" e nele se instala.
Outro pássaro que chamava a atenção era o "cigana", que andava em bandos não muito numerosos. Lembra o "anil branco", porém é maior. Dizem que os jacarés, imóveis, na barranca do rio, esperam pacientemente, que o incauto "cigana" se aproxime, e então, com um bote rápido e certeiro, apanham a pobre ave. Parece incrível que um animal rasteiro, de barriga ao solo e pernas curtas consiga caçar um pássaro, que dispõe dos meios de locomoção mais rápidos e perfeitos do mundo. É por isso que o nosso caboclo, sempre ótimo observador, costuma dizer: - "Mais vale o jeito do que a força". E digo eu, no caso do "cigana" e o jacaré: mais vale a paciência, manha e oportunidade, do que movimentos irrefletidos, confiados em demasia sobre excelsas qualidades naturais.
À tarde, ao lusco-fusco do terceiro dia de viagem fluvial, deu-se um fato interessante. O naviozinho nas suas constantes guinadas foi roçar a galharada da vegetação ribeirinha. Estava eu armando a rede e seu - respectivo mosquiteiro, quando ouvi gritos na proa. Mata! Não mata! a voz estridente do Negrais: