concretos, sobre as cousas; juízos abstratos, sobre as ideias; juízos morais, sobre os sentimentos, que são como a faculdade superior do afeto. O sentimento é a razão da natureza emocional. O postulado de Sócrates: "a virtude é a sabedoria", contém o gérmen desta verdade psicológica. A base da mais alta virtude humana está na sabedoria da coragem, da moderação e da prudência, externada na conduta, com o equilíbrio indefectível da eudemonia...
A natureza afetiva é idêntica, no selvagem e no homem culto das altas sociedades: o selvagem pratica os atos mais cruéis, com uma consciência límpida, de herói ou de santo; o civilizado arruína concorrentes, submete famílias e sociedades à miséria, dizima povos, nas lutas econômicas, na concorrência social e nas guerras. O médico, capaz de morrer de fadiga à cabeceira de um doente, contempla, impassível, sem uma vibração de sensibilidade, a lenta agonia de populações dizimadas pelo impaludismo. O homem começa apenas a praticar a ciência do sentimento e a arte do amor, em suas relações com os outros seres, com a terra e com seus semelhantes. As verdades da consciência moral, todos as possuem em abstrato; nem todos as sabem localizar, nas relações da vida concreta.