das suas fileiras, mesmo quando em desacordo com os seus correligionários. Poucas, muito poucas compensações teve, no entanto, em face de tal dedicação, o devotado jornalista, que morreu esquecido, sem honrarias, a braços com a miséria.
Rio Branco, nas Efemérides, diz ter sido Justiniano "o primeiro dos jornalistas brasileiros do seu tempo", em contrário à opinião de Joaquim Nabuco, que dá essa primazia a Francisco Otaviano, a seu ver detentor da "pena de ouro da imprensa". A divergência talvez se explique porque Rio Branco era conservador e Nabuco era liberal...
Alcindo Guanabara, "príncipe dos jornalistas", disse ter sido Justiniano o maior jornalista brasileiro. Joaquim Manuel de Macedo sobre ele escreveu: "O cetro do jornalismo político do Brasil passou das mãos de Evaristo da Veiga para as de Justiniano da Rocha, que o conservou por longos anos, desde 1836. Evaristo da Veiga foi o primeiro mestre, teve para si a glória da prioridade, a flama do patriotismo e do talento, o dom precioso do bom senso, o grande merecimento da censura sem fel e da polêmica enérgica mas decente; Justiniano da Rocha excedeu-o em ilustração e em máxima habilidade de escritor estrategista nos combates da imprensa".
Apesar de tão elevados julgamentos, o fato é que Justiniano não tem, no conceito público dos contemporâneos, o prêmio merecido pelo seu valor. Apenas de alguns expoentes da inteligência brasileira recebeu sua memória o panegírico que, de algum modo, compensa aquela injustiça. Não só Rio Branco fez o elogio do seu valor. Outros, com idêntica autoridade, enalteceram a sua capacidade profissional e a sua obra de escritor. Sílvio Romero classifica-o como "um dos mestres laureados da palavra escrita no Brasil" e, com o radicalismo de muitos de seus julgamentos, acrescenta "não haver Justiniano como jornalista encontrado ainda quem o excedesse entre nós". Na sua autobiografia, o Conselheiro Tito Franco de Almeida, liberal, vê em Justiniano "um atleta do jornalismo". Historiadores e publicistas, como Salvador de Mendonça, Alfredo Pujol, José Veríssimo, Otávio Tarquínio de Sousa, Pedro Calmon, Hélio Viana, Nélson Mascarenhas,