à da Bahia, sempre provisoriamente, até que se fizesse a reorganização geral do território brasileiro, plano que, então, parecia indispensável ao progresso nacional. Mas vingaram, afinal, as reivindicações da Confederação do Equador, traduzidas no advento da República e na conquista da Federação, o que não impediu que a mutilação do território pernambucano se prolongasse pelo tempo afora, não obstante, o "provisoriamente" dos decretos de desanexação da comarca do Sertão.
A tese, que Capistrano de Abreu endossara, era a de que a luta contra os holandeses havia concentrado os esforços de Pernambuco na libertação de seu território, deixando de lado a conquista e o povoamento de seu interior. Isso, de certa forma, era exato, mas não apenas quanto a Pernambuco; a Bahia também teve de enfrentar os sacrifícios de uma luta desigual. Embora, mesmo na fase da luta, o povoamento da região nordestina houvesse sentido a necessidade de se aprofundar, colocando seus rebanhos a salvo das incursões holandesas, com o auxílio dos campanhistas, que organizavam, no interior, as sortidas com que iam enfraquecendo a ocupação do território pelos representantes da Companhia das Índias Ocidentais. Maurício de Nassau sentiu a necessidade de fortificar a povoação de Penedo, na margem do S. Francisco, e chegou a arrepender-se de não haver levado a perseguição às tropas de Bagnuoli até a cidade do Salvador. Já estavam os holandeses em Sergipe quando lhes chegou a ordem de retirada. Mas, com a rendição dos holandeses, em 1654, o trabalho do povoamento continuaria sem interrupções, subindo pelas duas margens do rio S. Francisco, apesar das dificuldades geradas pela própria guerra.
E nessa nova fase que se insere a atuação dos capuchinhos franceses. Na verdade, eles já estavam presentes no Maranhão, acompanhando a expedição de La Ravardière. Mas a expulsão dos franceses veio também interromper o trabalho missionário dos capuchinhos. E aconteceu que, mesmo com os holandeses em Pernambuco, haviam chegado alguns padres capuchinhos aprisionados em Angola pelos holandeses. Maurício de Nassau procurou aproveitá-los, na sua política de aproximação com os povoadores de Pernambuco, favorecendo-lhes os sentimentos religiosos. Com o regresso de Maurício de Nassau à Holanda, cessando a fase de tolerância religiosa, os capuchinhos se sentiram livres para a aliança com os insurretos da campanha de João Fernandes Vieira, dando novo alento para a sustentação de uma luta, que ainda levaria nove anos para chegar à capitulação da Campina do Taborda.