A pantofagia ou as estranhas práticas alimentares na selva. Estudo na Região Amazônica

Calugi — Sopa de peixe, carne, ovos de tartaruga e outros ingredientes. Entre os Karajá.(90) Nota do Autor

Camarão — Cozido, com farinha no caldo ou frito.

Cambica — Leite com abóbora cozida "amassada ou em fatias". Polpa de certos frutos como o murici, amassada no leite.(91) Nota do Autor

Canjica — Papa de milho verde ralado.

Capivara no espeto — 24 horas em água corrente, seis horas em aguardente, cravo, salsa, cebola, gengibre, manjericão, sal e pimenta, depois assado no espeto.(92) Nota do Autor

Cará (tubérculo) — Para acompanhar o café. Há o branco e o roxo. Geralmente cozido.

Caranguejo — Cozido. Retirado o "peito", misturar farinha à gordura.

Carimã — Bolo para mingau, feito de mandioca macerada logo que acaba de ser espremida no tipiti (peça trançada de maneira a poder comprimir gradualmente a massa nela depositada). Tem gosto azedo.

Carne de jacaré — No moquém. Bastante apreciada entre os Kayuvicena e Pariana, tribos do Tocantins e Solimões.

Caruru — Vegetal cozido. Retirado o caldo, é refogado. Ornado quase sempre com ovos estrelados. Há outra espécie que não entra na culinária: o caruru-das-cachoeiras, de onde antigamente os índios extraíam o sal. Não confundir com o caruru feito de quiabo e camarão.

Casquinho — De caranguejo ou de muçuã (pequeno quelônio das matas). Preparado nos próprios cascos, com aproveitamento da gordura. Coberto com farinha fina, torrada. Essa maneira de servir o quitute nas carapaças visa ao aproveitamento da gordura natural, que é o que fornece o gosto peculiar, após a fritura ou o cozimento.

Castanha-do-pará — Suas amêndoas não só participam da feitura de confeitos como a sua massa e leite são aproveitados em doces e mingaus, transformando-se em poderoso alimento. De polpa branca. Entre os Crichaná faz-se uma espécie de patê da massa da castanha com peixe, para beiju.(93) Nota do Autor

Ciricaia — Doce considerado de paladar refinado: leite, farinha de trigo, ovos batidos e açúcar queimado na parte superior.

Cozido à moda xavante — Faz-se um buraco na areia; nele deita-se o peixe devidamente condimentado, envolvido em folhas. Fechado o fosso, é ateado fogo por cima, de modo que o vapor resultante da umidade do peixe produza a cocção (Couto de Magalhães). O bolo

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