ver desaparecida essa relíquia dos tempos passados.
4. A literatura torna mais lenta, sem anular, entretanto, a impulsão genial das línguas para uma contínua diferenciação.
A preocupação dos nossos letrados em fugir a qualquer expressão menos culta, tem dado à literatura brasileira esse aspecto polido e correto tão do agrado dos amantes das letras clássicas, mas que não corresponde à verdadeira língua falada no Brasil: uma espécie de prova escrita de gramática.
Na linguagem cotidiana, todos falam a nossa verdadeira língua, a nossa saborosa língua brasileira, com a sua prosódia profundamente diversa da portuguesa, e com expressões e sintaxe bem nossas. Lembra Cícero: "Quid tibi ego videor in epistolis? Nonne plebeio sermone agere tecum? Causas agimus subtilius, ornatius, epistolas vero cotidianis verbis texere solemos." (Apud Sousa da Silveira, Lições de português, 22).
Felizmente já estão surgindo escritores brasileiros que perderam o medo ao tabu da gramática "portuguesa" e estão escrevendo seus livros no português do Brasil, com os modismos sintáticos peculiares ao nosso falar.