sério, presidido por um Soberano de grande merecimento". E Andrés Lamas, ministro de Estrangeiros do Uruguai, dizia: "Deposito uma fé cega, uma confiança sem limites na inteligência e lealdade desse Soberano".(1) Nota do Autor
Na capital do Império iniciava, nessa época, sua longa administração, o mais fecundo, talvez, e certamente o mais brilhante de todos os Ministérios da Monarquia. Presidia-o, com uma serenidade e uma elevação só comparáveis a dos estadistas da velha escola parlamentar britânica, o preclaro visconde do Rio-Branco.
II
Rio-Branco era um veterano da política. Mas só agora, na presidência do Conselho de Ministros, é que se revelava o mais completo dos nossos estadistas. De todos os outros, o único que teria podido, até certo ponto, emparelhar com ele, teria sido o marquês de Paraná, morto prematuramente havia quinze anos. Mas Paraná, mesmo, não possuíra nem a serenidade, nem a maleabilidade política, nem a visão objetiva de Rio-Branco. Se o espírito de decisão em ambos era notável, faltara contudo a Paraná o senso prático das coisas, no grau elevado em que o possuía Rio-Branco.
Em política, não vence sempre aquele que se mostra mais ardiloso, que sabe melhor contornar situações difíceis