Sincretismo religioso afro-brasileiro

origem. No Brasil, puseram-se em contato com culturas ameríndias e europeias. E desse contato haveriam de surgir, como surgiram, transformações de graus diversos.

O cotejo dos africanismos no Brasil com os padrões culturais africanos, critério capaz de possibilitar as interpretações que se faziam necessárias, e adotado pela primeira vez entre nós, dos fins do século passado para os começos do atual, por Nina Rodrigues, e retomado 20 anos depois por Artur Ramos e seus discípulos, permitiu-nos considerar a África Ocidental como o principal foco de irradiação dos negros que vieram para a América. Do Golfo de Guiné (Costa do Ouro e Costa dos Escravos) e, em menor escala, do Senegal e do Congo, saíram as principais remessas de escravos para o Novo Mundo. No Brasil, a penetração se fez através de toda a orla litorânea, desde o Maranhão até o Rio de Janeiro. Do litoral, dos portos que serviram de entrepostos do comércio escravo, iam os negros sendo remetidos para os diversos pontos do interior, onde o trabalho dos seus braços devia ser aproveitado: plantações de algodão, cultura da cana, do cacau, do café, exploração das riquezas minerais do solo.

Artur Ramos(7) Nota do Autor admite, baseado nas sobrevivências culturais mais típicas, e numa tentativa de alargamento e retificação da divisão de Herskovits,(8) Nota do Autor três padrões de cultura negra na América:

1) a cultura Fanti-Ashanti (originária da Costa do Ouro);

2) a cultura Fon (de origem daomeana);

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