História da alimentação no Brasil – 1º volume: cardápio indígena, dieta africana, ementa portuguesa

ligado às exigências ambientais, ao preceito sagrado. Ou imposição de carência orgânica, como expôs Silva Mello.(5) Nota do Autor Michael Haberlandt adianta: - Casi ninguna tribo humana ingiere sus alimentos sin prepararlos. La Etnografia conote pocos casos de ´individuos que coman la carne cruda`: incluso se observa que tal denominación adquiera caracteres de burla para las tribus próximas que preparan sus alimentos.(6) Nota do Autor

Esquimó vem de esquimantsic, comedor de carne crua, epíteto injurioso dado pelos abenaquins, tribo algonquina do Canadá. O esquimó denomina-se Inuit, povo, de Inuk, homem. O esquimó devora grande porção de carne crua, obtendo proteínas e vitaminas que o armam para resistir à pressão do clima assombroso do círculo polar boreal, mas também peixes, e busca no bolo alimentar semidigerido, encontrado no estômago do caribu, os hidratos de carbônio indispensáveis, e nas vísceras das aves também reforço às necessidades proteicas e minerais. Com a absorção de gorduras, em espécie natural e direta, acepipe adorado, constituem rude e suficiente cardápio.

Tasmanianos, arandas da Austrália central, pigmeus africanos (Twides do Congo Belga), ainos do Japão setentrional, não comem carne crua. Não tendo cerâmica, assam nas brasas e borralho. Culturalmente são os grupos humanos mais primitivos. Os de Samoa, também carecentes de cerâmica, coziam o alimento em vasilhame de madeira, pondo nela pedras aquecidas ao rubro. A carne crua não deve ser tocada pelo hotentote "impuro" nem pelo aino antes da caçada e pescaria. É tabu para mulher menstruada.

De maior popularidade é a carne pútrida ou semidecomposta, faisandé, saboreada pelo francês, haidas da Colúmbia Britânica, negros do antigo Congo Belga, iroqueses do norte de Nova York, esquimós e a maioria africana.

Da Idade dos Metais em diante, com ampliação agrícola, o homem liberta da unidade alimentar o seu cardápio. E sempre um passadio misto sem que se torne exclusivo numa espécie única. Depende da região ecológica seu gosto eletivo. Mas irresistivelmente aparece o reclamo orgânico de vegetais nas dietas carnívoras e vice-versa. O chinês, alimentado a arroz, é ictiófago milenar. O esquimó, sustentado pela foca e ruminantes, vai buscar no estômago do caribu a papa gelatinosa de raízes, vagens e gramíneas, absorvida como regalo precioso.

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