O Marquês de Olinda e seu tempo (1793-1870)

advogados e frades cultos. Medira-se frente à frente com os tribunos da metrópole nas sessões das Cortes de Lisboa. Dom Pedro surgira como um príncipe conquistado e rebelde ao seu país de origem. A vitória brasileira era uma vitória sobre o português fidalgo, lugar-tenente de El-Rei D. João VI.

Comparar o Uruguai de Oribe e a Argentina de Rosas com o Brasil imperial de 1850 é ter-se uma surpresa pela distância duns e outros convizinhos. O reinado do "corta-cabeças" uruguaio e do "Tigre de Palermo" argentino não pode sofrer confronto com o Brasil de Olinda, de Paraná, de Cayrú, de Maricá, Brasil de diplomatas, economistas, tribunos e poetas. E quando lá fora as melhores expressões de inteligência, plateña e porteña, estavam exiladas, as brasileiras governavam administravam, dirigiam, presididas por um Imperador que fazia versos e media órbitas dos astros.

Essa era a ordem dos espíritos ritmados da nação. O instinto popular seria o mesmo dos seus vizinhos se as comportas se rompessem ao impulso das tendências.

***

O progresso brasileiro foi sempre de enxertia. Uma continuada tentativa de adaptação. Nós nunca nos livramos da ideia de cotejo, de padrão,

O Marquês de Olinda e seu tempo (1793-1870) - Página 29 - Thumb Visualização
Formato
Texto