O Visconde de Abaeté

Quando concluiu os seus estudos, em julho daquele último ano, preparava-se abertamente em todo o reino uma revolução constitucionalista, que afinal rebentou vitoriosa na cidade do Porto, aos 24 de agosto. Pertencendo à mocidade acadêmica, em que residia a genuína alma revolucionária do constitucionalismo, Limpo de Abreu acompanhou todos os passos da conspiração até aproximar-se o seu desfecho.

Desejando, porém, regressar ao Brasil, mas temendo que o estouro do movimento pudesse protelar-lhe a partida, abandonou a ideia de defender tese para obter o grau de doutoramento, e embarcou para o Rio de Janeiro, onde chegou no mês de setembro.

Dali observou os efeitos da revolução portuense na Bahia e no Pará, e foi testemunha ocular dos acontecimentos de 26 de fevereiro do ano seguinte, em virtude dos quais D. João VI resolveu jurar previamente a Constituição adotada pela Junta de Lisboa, eleger os deputados à Constituinte que lá se reuniria, e regressar a Portugal, deixando, porém, o Príncipe D. Pedro como Regente.

Muito embora já estivesse nomeado juiz de fora da Villa de São João del Rei, Capitania de Minas Gerais, permaneceu ainda algum tempo na Corte, antes de se empossar.

As ideias constitucionalistas, hauridas nos bancos acadêmicos e revigoradas com os fatos que testemunhara, iam-se consolidar e depois transformá-lo, sob o ambiente daquela Villa - local da primeira reação

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