O Brasil de Getúlio Vargas e a formação dos blocos: 1930-1942. O processo do envolvimento brasileiro na II Guerra Mundial

PREFÁCIO

Uma noite recebi em casa um jovem estudioso do Rio Grande do Sul, Ricardo Antônio Silva Seitenfus, que desejava conversar comigo sobre a tese que ia preparar, seguindo-se a do doutoramento. Era um moço de esplêndido aspecto físico, sadio, corado, forte, e logo ao começarmos nossa conversação senti que se tratava de um jovem competente, inquieto, inteligente, que buscava uma linha para sua tese, debatendo-a com os mais velhos e experimentados.

A tese devia ser sobre a política externa de Getúlio Vargas e suas consequências internas. Nesta época um aluno meu, Stanley Hilton, dedicava-se ao mesmo período e tema e buscava nas fontes alemãs os recursos documentais. Chamei-lhe a atenção sobre os estudos de Hilton, de grande sucesso no Brasil, originais, novos, verdadeiras contribuições aos estudos brasileiros, especialmente no campo da política externa - o mais pobre tema da historiografia brasileira - por influência da própria diplomacia brasileira, que fecha seus arquivos e não anima os estudos sobre sua ação, parte devido à formação portuguesa e a herança do sigilo, parte por temor da censura à execução contemporânea.

Logo me ocorreu a ideia de que este jovem bem preparado, inteligente, capaz - o que se percebe em cinco minutos de conversa -, que se ele ia preparar uma tese em Genebra, o que deveria fazer era estudar as fontes italianas e dar-nos uma visão das relações ítalo-brasileiras no período pré e durante a Segunda Grande Guerra Mundial.

Viveria perto, não lhe faltaria tempo de contato direto com as fontes diretas e estava certo de que ele traria para os estudos de política internacional brasileira uma contribuição séria, original, num período de marasmo da historiografia diplomática brasileira.

Fez a tese, cujo diretor foi o Professor Yves Collart, e quando da defesa fui convidado para fazer parte da Banca Examinadora, mas declinei pelas obrigações que me prendiam ao Brasil.

Toda a parte desde os fundamentos da política externa brasileira,

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