Fronteiras e fronteiros

fila dos nossos homens públicos. Essa obscuridade relativa, em que ele se colocara, explica-se pela natureza do homem, e esta merece ser reconhecida. Desde muito moço, o que lhe interessava era a história de nosso país, as nossas cousas militares, o seu prestígio exterior, as glórias da nossa bandeira".

Explicado o seu desconhecimento no Brasil e os seus pendores para a literatura histórica, uma pergunta se impõe: sua nomeação não teria sido prêmio a qualquer obra sua, com mérito invulgar, sobre o objeto da questão em lide no momento?

Resposta que também se impõe como única: Não!

Rio Branco até à época estudara mais do que escrevera, e o que escrevera não tinha maior significação para o caso: tradução e anotação à obra alemã de L. Schneider A Guerra da Tríplice Aliança contra o Governo da República do Paraguai; Le Brésil à L'Exposition Internationale de St. Petersbourgh; colaboração anônima à obra de B. Mosse: D. Pedro II, Empereur da Brésil; o mais são artigos para a Grande Encyclopedie, de E. Levasseur, assinados com as iniciais R. B. e o Resume de l'histoire du Brésil depuis la découverte jusqu'au 13 Mai 1888.

Uma outra hipótese que ocorre, sabendo-se que fora deputado à Câmara, de 1869 a 1875, é que ligações políticas hajam influído para sua escolha em 1893 para defender os direitos brasileiros na grave questão diplomática em equação.

Essa hipótese, porém, é absurda. O regime em que exerceu mandato eleitoral estava extinto desde 15 de novembro de 1889 e o ambiente permanecia esmaltado de prevenções contra os monarquistas. O título de barão que nunca deixara de ostentar, como era sabido, seria, nessas condições, elemento negativo na ocasião.

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