A instrução e o Império - 3º vol.

Nos projetos para criação de uma universidade a que me refiro acima, expus individualmente as matérias que devem constituir o programa dos diversos cursos de cada faculdade, bem como as atribuições de cada uma das suas autoridades, e tudo o mais que diz respeito à sua organização, e modo de funcionar."

Pronuncio-me contra a Universidade, diz o conselheiro A. Almeida e Oliveira, na mais plena convição de que ela é antes um mal que um bem; longe de significar um passo no caminho do progresso, é um ato de regresso, ou pelo menos uma coisa sem nenhuma influência no serviço que com ela se pretende melhorar. Limito-me a falar da Universidade, sem tocar nas criações que ela pediria do conselho universitário e da inspetoria geral de instrução pública superior, porque opondo-me à ideia da universidade, como medida centralizadora, sem justificação possível ante os intuitos da época, em que vivemos, incorreria em flagrante contradição, se ainda hipoteticamente indicasse meio de fazer funcionar um mecanismo tão perigoso no todo, como funesto, nas partes do que pode compor-se... Acredito que a história do ensino universitário e o progresso realizado pelas ciências são obstáculos à criação da projetada universidade brasileira. Centro de estudos uniformes, sem interesse para as profissões e carreiras públicas, nem influência no gosto individual dos professores e alunos, só poderia a Universidade ser de alguma vantagem,se fosse como na Alemanha completada com escolas de aplicação que façam o que ela não pode fazer. Mas ainda com este complemento há considerações especiais, deduzidas do estado da instrução no Brasil, que se opõem ao projeto... Entre nós onde tiraria a Universidade o seu prestígio?