O artista Debret e o Brasil

trent années du gouvernement tyranique de David" o público fora induzido a admitir por genial a exatidão do desenho, acima de outras cogitações. A indiciada dominação alcançara proporções nunca vistas sobre discípulos do mestre, revestido de fama mundial, que o impunha à legião de admiradores. Entretanto, muitos alunos possuíam talento, o que os devia predispor a se rebelar contra as demasiadas imposições do didata, privilegiados neste setor Girodet, Fabre, Isabey, Gérard, Gros, Ingres e outros — Delécluze chegou a contar 300 alunos frequentadores do ateliê de David, instalado no Louvre, sem menção a muitos como Debret —, admirável conjunto dos maiores pintores franceses de começos do século 19.

A profusão desse corpo discente explica, em parte, a esquecimento que atingiu Jean Baptiste, sem realce entre os pintores daquele período, apesar do vulto e qualidade da sua obra, raro o crítico moderno que dele se ocupe e o cite, especialmente no ateliê do primo. Enumeram longa série de nomes maiores ou menores, saídos da famosa escola, se bem fosse constante a presença do esquecido junto do mestre, parente e protetor. Recomendava-o David a encomendas do governo, relacionando-o com corifeus das Belas-Artes, tais como Denon, Lebreton, Percier e Fontaine. Na descrição da plêiade artística enviada pela França ao Brasil em 1816 por Cuzin, o autor da notícia deixa de citar Debret! No catálogo da exposição realizada em 1913, no Petit Palais, de David e seus alunos, Jean Baptiste apenas figura com dois desenhos. Parcas informações, depois disto, aparecem a seu respeito, excetuando-se Hautecoeur, quando cita um trabalho de David litografado sob a direção de Debret, intitulado Alexandre au lit de mort de la Femme de Darius, mas além dessa ligeira indicação, se bem que significativa, acerca das relações dos dois artistas, pouco mais obtivemos sobre Jean Baptiste, o qual contava 30 anos de idade quando o primo se engolfou nos trágicos acontecimentos do fim do reinado de Luís XVI.

Participava veementemente David dos maiores embates políticos; deputado à Convenção, votou a morte do soberano;

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