Não há no Peru nem na Bolívia escravos; havia no primeiro e há ainda na segunda o serviço obrigatório para os índios como até há pouco as companhias de trabalhadores no Pará e Amazonas. O trabalho, porém, é hoje livre no Peru, e quando não seja realmente nas povoações centrais ou nas longínquas aldeias do Solimões e dos outros rios, ao menos o é em nome da lei nos maiores centros de população. O presidente Ramon Castilla, que aboliu a escravidão dos negros no Peru, também suprimiu o tributo pago pelos índios ao Estado desde o tempo dos Incas, tributo conservado pelos conquistadores até os nossos dias, e por muito tempo depois da independência.
Os Incas sucessores de Manco Capac, fundador do Império de Cuzco derrubado por Pizarro, governavam como conquistadores a raça indígena, os índios, à qual pertencem os habitantes dos campos, das montanhas e das pequenas povoações do Peru e da Bolívia. Os monumentos de Cuzco, o templo do sol, o palácio dos Incas, a fortaleza do cerro Sacsahuaman, etc., atestam o imenso trabalho dos índios sob o governo dos Incas. Garcilasso de la Vega, descendente dos soberanos de Cuzco, pretende que 20.000 trabalhadores fossem empregados durante 50 anos na construção daquela fortaleza. O índio, com efeito, é dotado de uma paciência inexcedível. As missões correntinas e paraguaias ao sul do Brasil revelam o