A vida dos índios Guaicurus

CAPÍTULO XV

PRIMEIRA EXCURSÃO
UMA PEQUENA CAÇADA.

O dia seguinte era 2 de janeiro. O Capitãozinho, que eu chamava só pelo nome de Joãozinho — creio que não tinha mesmo outro que este de João que se lhe dava na sua forma diminutiva. De certo, sua mãe não havia dado a conhecer o dela, nem revelado o do seu pai, que havia sido morto na ocasião do saque de San Salvador.

Pois nesse dia, Joãozinho convidou-me a uma caçada. Não podia eu desejar melhor. Ele aproveitaria a oportunidade para me mostrar alguns espécimes de \"pão santo\" — (Gaiac Offis.) — e de \"quebrachos vermelhos\", essências bem mais escassas na margem esquerda do rio Paraguai; isto é, no lado brasileiro, mas bastante abundantes, a última sobretudo, na margem direita, no Chaco paraguaio.

Ele havia aprontado uma \"matula\" para o dia, e a mais, levaria o necessário para tomar mate.

Esqueci-me de dizer que o consumo desse produto era bastante grande nas aldeias dos Guaicurus e que os bugres tinham de ir até Santo Antônio do Nabileque para procurá-lo, dando em pagamento, isto é, em troca, peles, penas e couros, e, algumas vezes, prestavam os