Estudos Históricos e Políticos

A esse regime devemos, talvez, a efêmera duração dos partidos, malogradas todas as tentativas nesse sentido. A ele, ainda, são atribuíveis o predomínio de certas personalidades, em falta da regência de ideias; a feição pessoal das lutas, com seu séquito de ferocidade, que as paixões humanas provocam, mais do que as divergências de pensamento.

Capelas a se multiplicarem indefinidamente, em vez da Catedral única. O pulular de schismas, em vez da única e solene religião da pátria.

Tais construções ruiriam, mais dias menos dias. Mas a política internacional do país, reflexo de suas necessidades permanentes e de seus deveres para com o complexo dos povos, continuaria ativa. Não podia, pois, ser privilégio, em seus grandes rumos gerais, de organizações frágeis e caducas. Era dever pairasse acima de todas, expressão da vontade do Brasil, e não da de qualquer dos grupos oriundos de tal dispersão fragmentária.

Era, portanto, sincero e entranhado seu esforço por atrahir para sua orientação diplomática colaboradores de todos os feitios mentais, nas Câmaras e fora delas. Empenhado em fazer uma política exterior nacional, lograria seu intento pela coadjuvação constante de todos os brasileiros, irmanados no mesmo ideal que animava ao chefe eminente da chancelaria.

Nem sempre foi compreendido, principalmente nos primeiros tempos de governo. Despertou, mesmo, fundas lutas. Em algumas, talvez mais provocasse o choque a pessoa do ministro do que a obra criticada. São páginas voltadas, entretanto. Pouco a pouco, serenou o ambiente, no qual, por fim, inteiramente purificado, nenhum laivo de dúvida sobrou, deixando sequer resquícios de suspeitas sobre os móveis orientadores da ação do Itamaraty.

Não foi sem custo, cumpre acrescentar.

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