Dicionário da terra e da gente do Brasil

B

Babacuara: também escrito babaquara, registado por Beaurepaire-Rohan e Teschauer, com a significação de caipira, tabaréu. Segundo Teschauer vem de mbaebê — nada e cuaá — saber e suf. ara agente do part. act. — nada sabedor, ignorante.

Babaçuzal: também babaçual; bosque de babaçus, utilíssimas palmeiras que vicejam principalmente no Nordeste até o Maranhão (Babaçu, diz o Padre C. Teschauer é um nome vulgar indígena baba-açu — que significa coco grande). Lemos babaçuzal em A Informação Goiana de outubro de 1930, a qual apresenta um cliché sob o título — "Babaçuzal à margem do lendário Rio do Sono, em Pedro Afonso, Goiás". Em conferência pronunciada na Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1938, ouvimos do Interventor Paula Ramos o termo babaçual.

Babecos: à pág. 33 do vol. 6 (1929) da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, lemos o seguinte trecho do trabalho de Pedro Batista, sob o título Atenas dos Cantadores: "Os emburanenses são, no Teixeira (localidade paraibana), tratados por Babecos; pejorativo equivalente a tabaréu e que se origina do nome de uma família íncola dali cujo tronco menos remoto era a Babeca, proprietária de Caramucuqui local de antigo aldeamento a oeste do atual povoado. São os babecos de estatura avantajada, cor branca, olhos azuis e cabelos negros".

Baboca: vide biboca. Registado por Candido de Figueiredo (4. edição).

Babugem: termo do Nordeste, da Bahia ao Piauí, que apelida a vegetação herbácea que brota exuberante após as longas soalheiras, com os primeiros aguaceiros. O sertanejo também diz babuge. O sertão que estava preto, na singela expressão do matuto, cobre-se com as primeiras chuvas de um tapete verde. Na Terra de Sol de Gustavo Barroso, à pág. 38, lemos: "O capim, quando timidamente nasce, cobrindo o chão de um leve tapete verde-claro, chama-se babugem. E Ildefonso

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