contendo 107 páginas. Nessa brochura se publicava em apêndice o decreto do governo de D. João VI sobre os colonos (16 de março de 1820) e o Ansichten einer deutschen Colonisation in Brasilien, em que se citavam, a título de exemplo, as cláusulas de um contrato seu com colonos que ele pretendia levar para suas terras. Não ocultava, de modo algum, os aspectos negativos da nova pátria que indicava — o mau estado dos caminhos ou a simples ausência de estradas, as enfermidades, os mosquitos, as pulgas; citava exemplos de colonos que não foram bem sucedidos, por causa de sua falta de paciência, de sua negligência e de seu pouco espírito de poupança. Ao mesmo tempo, citando cifras, mostrava que resultados podem produzir as fazendas racionalmente exploradas. E se tornava mesmo entusiasta, quando se referia às riquezas naturais e ao ótimo clima do país. "Ali não se necessitam nem estufas nem chaminés para calefação da casa. Quem tiver uma camisa limpa, calças de tecido fino, camiseta e um par de sapatos — estará vestido decentemente e bem agasalhado; para o homem comum até mesmo meias e sapatos são supérfluos..."

"... A imaginação mais rica e mais feliz e a mais perfeita das línguas criadas pelo homem sequer de longe podem dar ideia da extensão dos tesouros e magnificências desta natureza. Quem quer que anseie por motivos poéticos — que vá ao Brasil, pois ali a natureza poética responde a seus pendores. Qualquer pessoa, inclusive a menos sentimental, se deseja descrever as coisas como elas são ali, se transforma em poeta".

As condições que exigia dos colonos eram destinar um dízimo para o governo e um dízimo ao proprietário da terra, o que lembrava o velho russo do obrok. (11)³ [3- ver capítulo Comentários do Redator] Nota do Tradutor

No começo da primavera de 1821 Langsdorff se achava em Petersburgo. Em fevereiro, foi agraciado com o título de Conselheiro de Estado e com a Ordem de São Vladimir e feito membro efetivo da Academia. A 28 de março, na sessão da Conferência da Academia, apresentou a mencionada memória, em francês, e uma amostra do euclásio brasileiro para o gabinete de mineralogia da Academia.