sempre desconfiados de seus vizinhos espanhóis, fizeram construir um forte.
Falta ainda a Paranaguá um pouco de conforto, pois os hotéis, se bem que bons e higiênicos, não satisfazem plenamente os preceitos modernos de comodidade.
Tem início em Paranaguá a obra portentosa de André Rebouças, o homem-símbolo da engenharia nacional.
A estrada de ferro que liga o porto a Curitiba, galgando a alcantilada Serra do Mar, é um verdadeiro ninho de belezas e emoções. O trem escala a montanha pela sua encosta. No fundo das ravinas, rolam cristalinas águas, ornamentando as fragas e atenuando a coloração monótona da folhagem, em busca do mar que lá longe se confunde com o céu ...
De chofre, escuridão profunda: o trem penetra num túnel, para sair na vertente oposta da serra. E, logo ao deixá-lo, se vê na frente uma outra abertura na qual penetrará o gigante de ferro que, resfolegando, galga o viaduto enorme que liga os dois túneis por cima de um belíssimo vale.
Aquele que ama as belezas naturais, não pode desconhecer essa obra de concepção prodigiosa que elevou ao galarim da fama o engenheiro, autor de traçado tão singular, após ter o governo brasileiro recorrido, sem resultado, a vários técnicos estrangeiros.