Brasiliana Digital

Nos anos 1930, algumas editoras seguiram o caminho aberto em 1931 pela Companhia Editora Nacional com sua Coleção Brasiliana: a Livraria Schimdt, e sua Livraria Azul (1932), a Livraria José Olympio e a Coleção Documentos Brasileiros (1936), e a Livraria Martins Editora, com sua Biblioteca Histórica Brasileira (1940).

A série da José Olympio se distinguia das demais por contemplar um expressivo número de representantes do campo intelectual do Nordeste e não apenas do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Ademais, o prestígio alcançado pela coleção e a importância nacional da casa editora conferiam ao autor e à obra nela publicados uma espécie de consagração intelectual.

A coleção foi inaugurada no ano de 1936. Os primeiros 18 volumes foram dirigidos por Gilberto Freyre, em seguida, dos volumes 19 ao 110, por Otávio Tarquínio de Souza, e finalmente por Afonso Arinos de Melo Franco, responsável pela edição do volume 111 até o último, lançado em 1989.

Foram publicadas, no curso de seis décadas, 207 títulos, muitos deles com mais de um volume, entre as quais obras de história, antropologia, geografia, crítica literária, memórias, biografias e também diários de viajantes.

A pretensão do empreendimento editorial ficava clara na apresentação feita por Gilberto Freyre, então diretor da coleção, do título inaugural - Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda: “trazer ao movimento intelectual que agita o nosso país, a ânsia de introspecção social que é um dos traços mais vivos da nova inteligência brasileira, uma variedade de material, em grande parte ainda virgem”.