Pelos sertões do Brasil

Em 17-V-27, o sincero am.° e também distinto colega Tte. Cel. Nicolau B. Horta Barbosa, deu-me o prazer de escrever as seguintes linhas:

"Petrópolis, 25 de Cézar 139. Caro Amilcar. Regressando de Mato Grosso, após uma ausência de 13 meses, encontrei aqui as tuas publicações de propaganda e divulgação dos trabalhos da nossa Comissão, as quais minha senhora não remetera para Campo Grande porque desde setembro que me esperava cada mês.

Lamento haver sabido dos teus belos escritos tão tardiamente, e muito lhe agradeço a gentileza da remessa.

Mais ainda, eu e minha senhora te somos gratíssimos pela posição de destaque que tão benevolamente julgaste caber-me.

Uma vez, um outro amigo me fez coisa semelhante; e, respondendo-me à carta em que eu lhe apresentava os meus sinceros escrúpulos em aceitar uma colocação demasiadamente brilhante, escreveu-me que não retificava nada do que publicara, porque o objetivo que tivera em mira fora provocar o interesse público pela sorte dos nossos índios e pelos objetivos elevados da Comissão.

Com essa mesma restrição é que recebo as tuas entusiásticas expressões, quando te referiste à ação que me coube desempenhar, como parcela que fui dessa plêiade de oficiais ativos e de elevados objetivos, ao teu lado e deles; plêiade a que a nossa pátria ficou devendo o desbravamento dos sertões, segundo o método nobre do nosso nobre Rondon.

Choremos, sempre, meu caro Amilcar os mortos caríssimos, cujas catástrofes pontuaram os sertões de luto, deixando-nos, a nós que lhes sobrevivemos, a melancólica saudade inseparável da recordação daqueles lugares.

Prestaste uma sempre oportuna e muito afetuosa homenagem a eles, em teus escritos, tornando conhecidos do público tantos sacrifícios desinteressados."

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