Estudos Piauienses

Quem, de fora, ouve falar no Piauí, ligado como se acha o seu nome ao dos Estados do nordeste brasileiro, crê que todo ele está situado dentro dessa grande parte do país, cujas terras participam de invernos irregulares, escassos e às vezes nulos.

Demais, há quase sempre no estado uma coluna novel de retirantes do nordeste, em busca das terras frescas do Maranhão e do Pará; a essa gente, se em nada beneficia o Piauí, leva além dos seus limites, mal formada opinião de suas terras.

O povoamento do Piauí realizou-se lentamente e em três direções convergentes para o rio Parnaíba, na sua parte média e que fica entre as fozes do Gurgueia e do Poti.

A corrente que veio do Maranhão para o nascente, teve seu precursor em Baltazar Alvares Pestana, que, em 1616, depois da ocupação francesa, foi a Pernambuco em serviço militar, indicando apenas, nessa época, o caminho dos vales do Itapicuru e do Poti, e que só em 1686 foi praticamente aberto.

Esta corrente, invasora e também povoadora, certamente, foi diminuída e retardada pela ocupação holandesa, do litoral maranhense; além do que, a uberdade do vale do Itapicuru era bastante para fartar e reter aqueles que procuravam, então, as riquezas do nosso interior. Não era só o ouro que movia o nosso antepassado: o português sempre foi agricultor.

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