se temos alma e coração. É aí, nesse amor à pequena Pátria, que se aprende a amar a grande.
Esse egoísmo, se o for, é o clímax, o caminho mais nobre para o patriotismo. Esquecem os que se entreacoimam de bairrismo que brasileiras são todas as zonas a que cada um dedica o seu culto. O Estado que increpa o regionalismo do outro esquece sempre o próprio. Não tem razão. Tão legítimo é o alheio como o seu. No amor do Brasil todos os bairrismos fundem-se e desaparecem. A diversidade das cores é que faz a unidade do prisma.
Os Estados mais florescentes são os mais acoimados de regionalismo pelos outros que se queixam do seu orgulho, mas por sua vez não os poupam. "Do Rio Grande, eles; de São Paulo, elas; de Minas, nem eles nem elas". Quem inventaria essa fórmula, que cada qual modifica ao sabor das suas simpatias, dirigindo para onde lhe toe o dardo final, primitivamente, vibrado contra Minas, dizem os baianos, contra a Bahia, dizem os mineiros?
Outra picueta conhecida: "Dinheiro de paulista, valentia de rio-grandense e latim de mineiro, um terço do terço da metade"'.
Teriam sido rio-grandenses, paulistas ou mineiros que a inventaram?
Essas rivalidades, essas emulações nada significam. Existem em toda a parte, especialmente na França, o país que a unidade nacional é mais profunda, mas onde ninguém se lembraria de tomar como índice político as caricaturas regionais de Labiche e