O café na história, no folclore e nas belas-artes

cachoeiras; neste tempo se esperava já pelo socorro da cidade, o qual chegou a 4 de junho, e havia muito tempo que os miseráveis soldados, índios e inda o cabo, depois das frutas do mato acabadas, comiam unicamente carne de lagartos, cameliões e capivaras, por não haver outro mantimento, pois não tínhamos outra cousa a que nos tornássemos.

Com o dito socorro também veio o reverendo padre mestre João de São Paio, em sua galeota, e tanto que o cabo se viu socorrido de nosso excelentíssimo general, tratou logo de se pôr a caminho, o que fez a dez do dito mês de junho, com dez canoas pequenas, que são as seis que se fizeram e quatro que tínhamos.

Antes de embarcar carregou a Lourenço de Mello o governo do arraial encomendando-lhe muito a paz, união e conservação da gente que lhe deixava, assim soldados, como índios.

Prosseguimos nossa viagem por aquele temerário e horrível rio e o padre mestre João de São Paio nos acompanhou um dia de viagem, d'onde se despediu de nós tornando para sua missão, e nós fomos seguindo a nossa derrota até à ilha nova da Praia de Santo Antonio, onde tivemos missa no dia do dito Santo, razão por que assim o invocamos. Aqui mandou o cabo tirar a soma da gente com que se submetia ao seguimento d'aquele rio e de suas vertentes e achamos por conta 118 pessoas, 30 de armas de fogo e 88 índios de flechar e com este número de gente proseguimos viagem.

Chegamos ao rio Iamary com dez dias de viagem, e continuando para cima aos 22 do mês chegamos à cachoeira chamada Maguary, e na passagem dela se alagou Damaso Botelher em uma galeota, na qual perdeu o cabo a sua capa, o que deu por bem empregado por ser em serviço de Sua Majestade que Deus guarde.

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