Os indígenas do Nordeste – 1º vol.

longitudinalmente às paredes; o crânio em cima. O dr. E. Goeldi descobriu, nos poços funerários do Cunani, no mesmo estado nortista, dois hipogeus repletos de magníficos "cerâmios"(1) Nota do Autor indígenas. Os poços estavam cobertos por discos ou mós de granito e assinalados com marcos piramidais; encerravam urnas, pratos e vasos de múltiplas formas, de ornamentação viva e estílica, ora em relevo, ora em desenhos policrômicos. Mas o descobrimento arqueológico mais importante ocorreu na ilha de Marajó, ainda no estado do Pará, em um aterro artificial do lago Arari. O lago Arari mede 30km de N. a S. e cinco de E. a O.; sua porção norte-oriental rodeia-se de campos ou pastagens, ao passo que o trecho sul-ocidental cobre-se de matas. Na margem oriental encontra-se o aterro, de altitude insignificante (três metros e meio acima do nível das águas, em tempo seco), com cem metros de comprimento e 35 de largura máxima, conhecido pelo nome de Pacoval. A configuração do Pacoval é a de um quelônio, ou tartaruga gigantesca, e, por isso, Teodoro Sampaio subordina-o à série dos mounds zoomorfos das vertentes do Mississipi. Examinando-o em 1870, Steere, naturalista norte-americano, descobriu três depósitos superpostos, constituídos de diferentes materiais, todos valiosos. A olaria da camada superior, retirada por Ferreira Pena, é menos preciosa que os artefatos das camadas inferiores, estudados por Fred. Hartt, Ladislau Neto, Orville Derby, e, modernamente, por Heloísa A. Torres. Da louça marajoara fazem parte tangas de barro, ou "aventais de pudicícia" — Folium oitis; Weiberdreieck dos

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