Os indígenas do Nordeste – 1º vol.

Conclusões

A arqueologia brasileira, que atravessa ainda o seu periodo pré-científico, em muitos dos seus aspectos não passa de uma simples modalidade da etnografia. Pouco sabemos a respeito das populações indígenas do continente cisístmico, as quais já hoje não podemos afirmar peremptoriamente que são autóctones. Também já não é possível aceitar a tese de Martius, a saber, que os selvícolas brasileiros seriam restos degredados de povos de nível cultural outrora avançado; as jazidas paletnográficas do forte da Barra, do Maracá, de Marajó, do Cunani, de Santarém, do Cajari etc., embora notáveis e significativas, e talvez, vinculadas aos grupos de Costa Rica (Max Uhle), propendem antes a indicar, segundo a teoria de Raimundo Lopes, que houve, de fato, uma irradiação, cujo centro poderia ter sido as regiões próximas do Panamá, mas arcaica, à qual se seguiu um período pós-arcaico, de insulamento, comprovado por acentuada diferenciação regional. Não devemos, tampouco, identificar as estearias maranhenses com as formas clássicas do Velho Mundo (palafitas alpinas); observe-se, além disso, que os objetos líticos, no Brasil são antes pedras alisadas do que propriamente

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