Nas páginas que se leram, vê-se a extensão e a profundidade desse luminoso espírito, que desde os primeiros anos da juventude se consumiu no fogo da inteligência, construindo com a própria energia tumultuosa o mundo moral em que sempre viveu, irradiando da sua personalidade o exemplo de uma vontade orientada pelo mais alto atributo da alma humana — o amor da verdade em serviço da Pátria.
Nasceu pobre e morreu como nascera, e toda a fortuna do seu coração dirigiu-a no sentido universal da felicidade brasileira, para a qual ninguém trabalhou com mais ardor e desinteresse, que foram os traços marcantes do seu espírito inquieto.
A sua abnegação ficou na história da República brasileira como um marco solitário, indicando à posteridade o caminho do alto patriotismo, que não mede o sacrifício pelos proventos.
Se Patrocínio chicoteou a face dos brasileiros verberando que "a república, a que ele sacrificara sua vida, não teve um cargo para dar-lhe", responde Valentim Magalhães que "ele teve a dignidade da sua derrota, tomando dignamente o caminho do exílio, sem uma queixa, sem um protesto, sem uma ameaça". É o mais alto