Silva Jardim

As páginas que se vão ler, foram, em grande parte, auridas no precioso volume de anotações Memórias e Viagens, que Silva Jardim publicou no exílio.

Nesse livro, o apóstolo dá conta da sua atuação na propaganda, contando a odisseia de uma inteligência a serviço de um ideal que só lhe deu decepções e desenganos.

Escrito na França, o grande espírito de Silva Jardim não o coloriu com a sua justa mágoa e desencanto, narrando os fatos com a serenidade que alicerça as convicções inabaláveis. Não acusa nem deblatera. Relata apenas os acontecimentos e deixa à posteridade o julgamento, que não pode ser senão o mais severo para com os donos eventuais da situação no momento.

Oscar de Araújo, prefaciando Memórias e Viagens, depõe com a autoridade de testemunha insuspeita: "A ideia republicana teve no Brasil dois grandes servidores: Benjamim Constant, que a nossa Constituição cognominou o fundador da República, e Silva Jardim, de quem se pode dizer, não com menos razão, que foi o seu precursor".

E ambos, que representam para o movimento duas forças sem as quais a República não passaria de um grande sonho de moços idealistas, foram sacrificados friamente pela insídia de um grupo adversário que cercava um general inibido...

É que eles ignoravam que no Brasil é um perigo ter ideias, e ainda mais, coragem para defendê-las...

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