História secreta do Brasil – 1ª parte 1500-1831

judeus ou inspirados por judeus mais adiante mudará em Terra do Brasil.(7) Nota do Autor

Compulsemos Capistrano de Abreu em suas notas a Varnhagem e este em suas notas ao Diário de Navegação de Pero Lopes de Souza. O cristão-novo Fernando de Noronha, que tomara este nome fidalgo com a mesma desfaçatez com que o judeu polônio tomara os de Gama e Almeida, em 1503, associado a outros cristãos-novos, equipara uma frota e saíra do Tejo, no mês de maio, rumo ao oeste. Navegação feliz. A 24 de junho, dia de S. João, pôs a capa sobre uma ilha penhascosa, de praias brancas, aqui e ali vestida de vegetação luxuriante. Os marujos deram-lhe o nome de S. João devido à data do descobrimento. Os israelitas mudaram-no mais tarde para o do próprio armador e comandante da frota, Fernando de Noronha.

Como e por que vinham tão cedo, mal findara a viagem redonda de Cabral e com eles conversara seu irmão Gaspar das Índias sobre as riquezas da nova terra? O judeu Fernando de Noronha e seus socios haviam arrendado o Brasil a D. Manuel, que continuava dentro do sortilégio, "deslumbrado com as maravilhas da Ásia". Pelo contrato de arrendamento, os judeus deviam mandar todos os anos seis navios ao Brasil, para explorar ou descobrir trezentas léguas de costa para além dos pontos já conhecidos, ficando um forte no extremo em que tocassem. Esses navios poderiam levar quaisquer produtos para a metrópole sem pagar o menor imposto, tributo ou finta, no primeiro ano; pagando um sexto do valor, no segundo, e um quarto, no terceiro. O prazo do arrendamento, como se vê, era de três anos.(8) Nota do Autor

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