momento, sem que o morgado de Matheus levasse em conta os protestos do Vice-Rei, conde da Cunha e seu delegado no Rio Grande do Sul. Esse território estava em 1765 anexado à capitania do Rio de Janeiro e a invasão paulista não se fundava em nenhum título legal, como não se compreendia também a invasão da capitania de Mato Grosso, para fundação de Iguatemi.
O Vice-Rei terminou porém por aceitar a situação a que o forçara o morgado nessas duas iniciativas e, se Iguatemi não durou muito, a vila de Lages permaneceu no entanto sob o domínio de São Paulo até 1820, quando passou a fazer parte do território de Santa Catarina, por ato especial de d. João VI.
A empresa da fundação de Lages foi confiada a Antonio Corrêa Pinto de Macedo, que foi seu capitão-mor muitos anos. Esse paulista era natural de Parnaíba e dispendeu o melhor de suas energias e de seus haveres nessa grande tarefa. Sertanista de valor, foi chamado pelo morgado que lhe ordenou fundasse um povoado entre Curitiba e o denominado Viamão, de modo que servisse não só de barreira às missões espanholas, como de posto de combate ao gentio que infestava a estrada destinada ao trânsito de gado provindo daqueles pampas.
Antonio Corrêa Pinto seguiu para aquelas paragens com toda sua família em 1766, lutou contra muitos empecilhos, escolheu o local para a povoação, erguendo-a em 1768 e ali residiu por espaço de quinze anos. Foi um capitão-mor diligente e enérgico, que agiu naqueles sertões