nem a deterioração. Não sabem se o ouro inferior ou o que seja. Ainda no mesmo lugar, à beira-mar, obtiveram daquele mesmo povo informação que pela terra dentro existe um povo serrano, que possui muito ouro batido, a modo de arnês na frente e ao peito.
Traz o Capitão um homem daquele país, que quis ver El-Rei de Portugal. Ele diz que quer dar a El-Rei informações de tanto ouro e prata, que existe no país, que os navios ale não o podem carregar.
Dizem mais as gentes daquele lugar que as vezes chegam ali outros navios; vestem roupas conforme os portugueses dizem, como os franceses, segundo as informações do povo, e usam também barbas, todas elas ruivas. E querem os honrados portugueses afirmar que são Chinos, que navegam para Malaca. Fornece-lhes indício de que haja algum fundamento (na notícia sobre os metais), porque se sabe que em Malaca a prata e o cobre são mais baratos do que na nossa terra.
Assim tendes as novas notícias. Sob a coberta do navio está carregado de pau-brasil, e na coberta cheio de escravos, rapariguinhas e rapazinhos. Pouco custaram aos portugueses, pois na maior parte foram dados por livre vontade, porque o povo de lá pensa que seus filhos vão para a Terra da Promissão. Dizem também que a gente daquele país alcança a uns 140 anos de idade. — (Clemente Brandenburger, à Nova Gazeta da Terra do Brasil, Rio de Janeiro, 1922, pág. 36-40).