RURALISMO E URBANISMO
(Expressões de um conflito)
No curso de uma de suas viagens de recreio pelos fjords da Noruega, aí pelos meados do ano de 81, o insigne historiador James Anthony Froude, depois de percorrer a rendilha de golfos e enseadas, que bordam esta parte da península scania, fundeou (conta-nos ele nas páginas quase helênicas da sua narrativa) na baía de Christiania e, descendo à terra, encaminhou-se, na sua curiosidade de viajante, para o grande museu de antiguidades daquela capital. Muitas antigualhas ali encontrou; mas, uma o encheu de uma emoção profunda e inexprimível. Era o casco de um velho barco norueguês, do ciclo dos vikings, autêntico e perfeitamente conservado no seu cavername e nos seus mastaréus. Dentro daquela noz fragílima, que ali estava, alguns piratas nórdicos, talvez contemporâneos de Hengist e de Horsa, haviam, por certo, trazido há mais de mil anos, às praias da Europa meridional ou ao litoral britânico, o saqueio e a devastação da flibusteria normanda.