porque nunca tive a preocupação determinada de parecer sempre em coerência com as afirmações e conclusões de escritos anteriores.

Esta unidade de pensamento, assim mantida por tão largo espaço de tempo, não é, pois, intencional, nem procurada. Como me parece um fato inegável, eu só a atribuo à metodologia empregada, ao espírito de rigorosa objetividade e inteira imparcialidade e isenção com que venho analisando, até agora, as realidades sociais e políticas do nosso povo.

II

Realmente, estas realidades eu as venho investigando e analisando, nos vários aspectos com que me tenho ocupado — a história política e social, a raça e a mestiçagem, a economia agrária e a industrial, o direito público e constitucional, o direito social e corporativo, a geografia humana, etc. — com o mesmo espírito de respeito à realidade dos fatos, à realidade observada, à realidade viva, numa atitude mental em tudo idêntica à dos etnologistas ao observarem as instituições sociais dos povos primitivos — como, por exemplo, Metraux, a civilização dos índios guaranis, Roquette Pinto, os aborígenes de Rondônia, Vellard, os guaiaquis do Paraguai ou o salesiano Cobalchini, a cultura dos bororos nas nossas florestas mato-grossenses. Quero dizer: com objetividade científica,