É aí que ele parece estar só entre os nossos publicistas. Destes, alguns, como Araripe Júnior, limitaram-se a fazer ensaios agudos, penetrantes, lucidíssimos, mas incompletos e fragmentários. Outros, como Euclides, restringiram-se a monografias regionais, embora magníficas e poderosas, desenhadas com o relevo, a nitidez, o vigor das águas fortes. Outros ainda, como Sílvio, tornaram-se centro de correntes notáveis de pensamento, criando escolas, núcleos vivazes de ação e combate. Torres, porém, só ele, pode construir, com vagar e serenidade, à sua maneira e dentro do seu feitio, sobre a realidade viva do nosso povo, uma sociologia brasileira; e sobre essa sociologia, uma política nacional, isto é, uma política nossa, sem laivos de estrangeirismo, sem influências de além-mar, sem a mescla deplorável dessa "bibliossugestão", de que fala, num dos seus livros, Oliveira Lima.
V
Neste ponto é que se torna sensível o descrímen entre as ideias de Torres e as dos nossos estadistas, políticos, legisladores e, mesmo, sociólogos. Os métodos até agora usados entre nós têm consistido em aplicar ao nosso povo, de uma forma ingenuamente literal, por um simples trabalho