econômico, nem no ponto de vista social. Provindos de regiões temperadas ou frias, onde se cultivam a vinha e o trigo, onde medram a oliveira, o centeio e a aveia, e deslocando-se bruscamente, sem um estágio intermediário de adaptação, para os nossos climas tropicais e subequatoriais, onde o trigo não medra, nem a vinha, nem a oliveira, nem centeio, nem a aveia, esses imigrantes lusos, italianos, germânicos e eslavos dos nossos dias sofrem, como o luso da primitiva colonização, forçosamente, um duplo desequilíbrio: o desequilíbrio psicológico — pela diferença do clima; o desequilíbrio econômico — pela impossibilidade de continuarem aqui na prática das culturas tradicionais dos seus climas de origem.
Esta, a razão de nossa aparente fraqueza ou da nossa aparente decadência, segundo Torres.
Esta observação penetrante e sagaz o leva a concluir que — numa política que entenda garantir, de um modo permanente, a integridade, a independência, a personalidade do nosso povo em face dos grandes povos atuais — um dos pontos principais é a adaptação do homem europeu e também do homem brasileiro à nossa terra e ao nosso meio. É o que ele chama — o "problema brasileiro da cultura e da educação do homem". Com essa cultura e essa educação, não teremos, pensa ele, nada a temer às raças fortes do Norte.