o verbo inflamado de uma nação que, da tribuna engrandecida pela oratória refulgente de seus grandes eleitos, profere o compromisso solene de não perecer.
Porém, se a fibra patriótica ainda vibrava fortemente sonora na harmonia dos sentimentos políticos da França, despertados pelo inimigo, ela, desgraçadamente, nem sempre acudiu ao apelo do razoável bom senso com que os ingleses souberam construir seu grande edifício governamental. A revolução de 1789, o primeiro império, a restauração dos Bourbons, o reinado de Luis Felipe, a segunda república, o ressurgimento caricato do bonapartismo, e finalmente a terceira república, são etapas políticas que bem revelam a angústia incoercível de um povo por ventura rebelde aos quadros normais de governo.
Ao invés de o deter na representação de acontecimentos que se sucedem como atos desarticulados de uma tragédia cujo epílogo ainda pertence aos dedos misteriosos do destino, a eloquência parlamentar perde as características construtivas que tanto elevam as expansões culturais do gênio humano, e passa a constituir elemento retumbante da demagogia oca, animador de discórdias, motins e revoluções.
Os ingleses também obedeceram ao sopro destruidor das revoluções, bem justificado pelo despotismo implacável dos Stuarts; mas, com o bom senso distintivo da raça, cedo compreenderam que as revoluções, como processo revindicador de direitos, nem sempre correspondem à ação benéfica dos meios evolutivos, morosos em sua manifestação, mas muito mais seguros na firmeza dos resultados.
Sofreu, de fato, o povo inglês, durante períodos dilatados, a influência perniciosa de práticas eleitorais corruptas, favoneadas por uma legislação acanhada e retrógada; no entanto, ao invés de apelar para a resistência