A cidade de S.Paulo (estudos de geografia urbana) V.01

a partir do eixo radial de certos caminhos e pontes. Desprezando-se as várzeas, mas cruzando-as, os bairros da cidade atingiram os antigos núcleos isolados de além-Tietê, ampliando desmesuradamente sua área de ocupação urbana e suburbana. Tanto as esplanadas suaves dos outeiros e altas colinas foram ocupadas, de preferência, como também as encostas e os outeiros circunvizinhos.

Atualmente, o povoamento estende-se desde Santana até aos sopés da Cantareira, no Tremembé, interligando-se continuamente devido à presença de avenidas e estradas de espigão, sinuosas e pitorescas. Não se completou, ainda, porém, a ligação entre os diversos núcleos de colinas e espigões isolados. Ate há alguns anos, era praticamente impossível passar-se de um bairro para outro, sem que antes se necessitasse vir ao Centro da cidade, a fim de fazer baldeação para outro caminho radial de acesso àqueles bairros, esquisitamente contíguos. Trata-se de heranças, ligadas em parte às imposições de relevo e, em grande parte, à marcha histórica do povoamento e das rotas de ligação regionais.

As colinas e outeiros de além-Pinheiros

Repete-se com a vertente esquerda do Pinheiros o mesmo quadro geomórfico observável na vertente direita do Tietê. Na realidade, ali também, após as planícies aluviais do fundo do vale, seguem-se flancos íngremes e encostas bem marcadas de outeiros alinhados e de altas colinas do nível de 790/810m. Faltam os terraços fluviais típicos, as baixas colinas terraceadas e as colinas tabulares do nível intermediário principal, tão nitidamente observáveis na margem direita do vale. Isto porque o Pinheiros, em todas as retomadas de erosão epicíclicas, pós-pliocênicas, tendeu a escavar mais à sua margem esquerda. Apenas, aqui e acolá, alguns resíduos estreitos dos níveis mais baixos restaram engastados à base das colinas mais elevadas que dominam a topografia regional. Junto ao Butantã, nas proximidades da Cidade Universitária, e em alguns pontos da Vila Industrial Jaguaré, existem testemunhos inexpressivos dos terraços fluviais típicos de São Paulo (fill terrace de 723/730m). Mas é somente em

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