APRESENTAÇÃO
Quando, em maio de 1945, entregamos à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo nossa tese de concurso à cátedra de Geografia do Brasil, tivemos oportunidade de escrever estas linhas, que continham uma grande esperança:
"Subúrbios Orientais de São Paulo, que submetemos ao elevado critério de nossos julgadores, constitui a primeira pedra de uma obra de maior vulto, que um dia esperamos ter completado: o estudo geográfico da cidade de São Paulo".(1) Nota do Autor
De fato, atraídos de longa data pelos estudos de Geografia urbana, pareceu-nos sempre que nossa capital, pelas características de sua posição geográfica, pelo seu espantoso crescimento, pela multiplicidade de aspectos apresentados por sua estrutura urbana, a par da circunstância de conter, em seu seio, um grupo de apaixonados cultores da Geografia moderna, estava a exigir que lhe fizessem um estudo geográfico à altura de sua importância.
Em comentário àquela tese, RUY BLOEM completou de maneira felicíssima a ideia apenas por nós esboçada, quando escreveu:
"A capital de São Paulo está em vésperas de completar o seu quarto centenário. Seria, portanto, da maior oportunidade que as autoridades paulistas - e, em particular, a Prefeitura - promovessem um estudo completo e detalhado do desenvolvimento da cidade, à semelhança do que acaba de ser feito pelo Sr. Aroldo de Azevedo no traballio a que já aqui nos referimos, relativamente aos subúrbios orientais de São Paulo".(2) Nota do Autor
Era uma sugestão magnífica: os geógrafos paulistas poderiam, de fato, emprestar sua colaboração aos festejos comemorativos do IV centenário da fundação da cidade, oferecendo-lhe um estudo de geografia urbana, o mais possível completo.
Lançada a semente, sua germinação foi demorada, em virtude de uma série de circunstâncias, particularmente os afazeres ligados ao magistério.