A cidade de S.Paulo (estudos de geografia urbana) V.04

Os primeiros japoneses ali se fixaram por volta de 1922, mas hoje elevam-se a mais de mil, vivendo em habitações modestas, de tijolos ou de barrote, que se erguem no meio de culturas as mais variadas ou ao lado de típicos galpões destinados à criação de galinhas Leghorn, produtoras de ovos. Trata-se de uma área de culturas intensivas de caráter comercial, em que se destacam as frutas (pêssegos, morangos, caquis, ameixas, cítricas, peras, uvas, etc.), além de hortaliças, cujos produtos são encaminhados ao mercado e às feiras da capital, quer diretamente pela estrada de rodagem, quer pela ferrovia. Seus habitantes pertencem a organizações cooperativistas, particularmente à Cooperativa Agrícola de Cotia; o espetáculo que oferece a quem ali vai ter é o de um núcleo autônomo, como se fora uma aldeia de tipo europeu, com seu habitat aglomerado-disperso, onde palpitam o movimento e a vida.

Poá, segundo centro regional

Na porção extrema dos subúrbios orientais paulistanos, a cerca de 35km da capital e a uns dez quilômetros a Leste de Itaquera, no vale do ribeirão do Tanquinho e próximo à extensa várzea do Guaió, encontra-se a pequena cidade de Poá, hoje sede municipal. É mais um exemplo de subúrbio residencial e, dentro da área servida pela Linha-tronco da "Central do Brasil", apenas Itaquera o sobrepuja em importância.

Os que procuram interpretar os nomes de nossa toponímia tupi explicam que a palavra Poá é corruptela de uma expressão indígena que designaria "a volta, o desvio, a bifurcação de caminhos"(9). Nota do Autor

Certo ou errado, o fato é que a atual cidadezinha desse nome representou e continua a representar esse papel de lugar de desvio: ali mudava de rumo o velho caminho para Itaquaquecetuba, que corresponde à antiga estrada de rodagem São Paulo-Rio, hoje asfaltada e intensamente trafegada, pois é um dos traços de união entre a capital e Mogi das Cruzes; é num de seus arrabaldes - Calmon Viana, que se unem ou se bifurcam as duas linhas da E.F. Central do Brasil.

Quase nada se sabe a respeito do primitivo núcleo desse aglomerado - o chamado Poá Velho, que se erguia um pouco mais ao Norte e de que restaram umas poucas habitações em ruína, hoje substituídas pelo casario novo do núcleo em expansão. A construção da Linha-tronco da "Central do Brasil",

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