A distância mais curta, de dois milhares de quilômetros dos centros consumidores da Europa, as cargas, de importação, causando um frete muito mais mais baixo; um clima mais quente; terras massapés, talvez mais ubertosas para o plantio da cana - tudo isso deu ao Nordeste a primazia econômica; e, logo na primeira metade do quinhentismo, foi o Sul varrido da opulência, que só bafejava o Nordeste feliz.
O pau-brasil só prosperava, organicamente, do Cabo Frio para o norte, já favorecido pela distância dos centros consumidores dessa matéria-prima tintorial.
Assim, a região vicentina ficou sem base de riqueza econômica.
Foi, pois, obrigada a buscar, na indústria de apresamentos do gentio, o elemento que lhe desse poder aquisitivo, para que não fossem os civilizados lusovicentinos obrigados a tornar à selvageria. Com que haveriam eles de comprar os objetos que a civilização requeria, como tecidos, calçados, armas de fogo, etc.? É claro que, havia necessidade imperiosa de uma fonte de riqueza. E esta foi a indústria dos apresamentos.(10) Nota do Autor