1807(73) Nota do Autor. Pouco depois voltou para o Brasil, vindo para o Rio de Janeiro com a Família Real Portuguesa, de novembro desse ano a março de 1808.
Juiz de fora do Maranhão
O primeiro cargo de sua carreira de magistrado foi, de 1809 a 1812, o de juiz de fora da capitania do Maranhão. De acordo com os autobiográficos e naturalmente exagerados "Apontamentos destacados da vida política do visconde de Goiana, até 1837", que se guardam no Arquivo da Família Imperial Brasileira, hoje, por sua generosa doação, no Museu Imperial de Petrópolis(74) Nota do Autor - "ocupou interinamente todos os mais empregos judiciais" da futura província. Relacionou-os em memorial, em 1846 entregue a d. Pedro II, compreendiam os cargos de "juiz de fora do Crime, dos Órfãos, juiz da Alfândega e dos Contrabandos, auditor da Gente de Guerra, provedor das Fazendas dos Defuntos e Ausentes, juiz das Sesmarias, procurador da Coroa. Serviu de ouvidor e corregedor do Crime e Cível, provedor da Comarca, juiz da Coroa, membro das Juntas da fazenda e das Justiças, juiz da Índia e Mina, conservador dos Ingleses"(75) Nota do Autor. Exercendo-os, assegurou ter adquirido "elevado crédito de retidão", chegando a castigar "os escrivães da Alfândega e mesmo o escrivão deputado da Junta da Fazenda, o famoso Vidigal, fazendo recolher ao Tesouro somas enormes, até então extraviadas".
"Neste noviciado da magistratura", entrou em conflito com o soberbo governador da capitania, o arbitrário fidalgo d. José Tomás de Meneses, aparentado com altas figuras da corte estabelecida no Rio de Janeiro. Suspendendo e prendendo este o ouvidor da Comarca, substituiu-o Bernardo que, de acordo com o inglês Henry Koster, que no Maranhão esteve em 1811, era "homem de caráter independente, falando e agindo livremente, não obstante o lugar ostensivo que ocupava e o perigo que corria sob um tal governo"(76) Nota do Autor. Com isto, conforme o próprio depoimento, "teve o desembaraço