da sua honra, extremados em cuidados, temiam por sua descendência. Desconfiados da cidade, poucas eram as meninas que se afastavam das suas vistas, deixavam as fazendas ou engenhos para se educarem fora. E se era rompido esse preceito, a uma escravidão maior era submetida a educanda, internada num convento onde as freiras a traziam sob tão severa vigilância que, às vezes, tinham de intervir, sem nenhum resultado, os confessores e prelados. Em geral as filhas desses potentados cresciam guardadas na casa grande, à espera do noivo escolhido por acordos de família, ou eram internadas, sem possuírem nenhum pendor vocacional, num convento, onde, para se manterem as tradições de nobreza da família, se faziam monjas.
Por isso mesmo os claustros tornavam-se centros de irreverência, primando pela irreligiosidade, soberbia e amores pecaminosos. São por demais conhecidos os episódios vividos no convento das clarissas, em 1728, pelo Cavalheiro Le Gentil, visitante da Bahia nesse ano, revelados nas memórias que publicou. Debalde lutavam os prelados para extirpar esses cancros que envenenavam as clausuras. Pouco valiam as advertências e as pastorais; os escândalos espraiavam-se dos parlatórios para as janelas engradadas, daí para as cercas e muros, até a rua,