O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

onde as pessoas se alternam, fazendo uns o papel de tiranos e de bandidos, outros o de juízes punidores, cantando estes hinos de louvor aos vencedores, clamando, aqueles, as mais tremendas e cruas objurgatórias.

É certo que este espetáculo é universal. Se alguns países possuem uma ordem aparente, se outros, sob a proteção dessa ordem, obedecem ao impulso de forças íntimas progressivas, o divórcio da sociedade e da política é o fato mais saliente do estado atual da civilização. Nas mais velhas e cultas nações, o patriotismo e a capacidade dos estadistas são insuficientes para lhes dar alcance à vista e segurança aos passos, em meio aos tumultuosos e precipitados problemas da nossa época; nas camadas onde se faz a seleção dos governantes, e, entre os que se dispõem a arrostar as sensações das lutas de onde surgem os dirigentes, a cultura não representa o nível mais alto da competência. Os problemas sucedem-se, surpreendendo os homens que governam; e estes, quando os não podem iludir, atacam os sintomas e os acidentes, com a facilidade e prontidão de agentes de polícia, entre as contorsões da sociedade que clama por novas bases de equilíbrio.

Não é caso, assim, para que nos vexemos dos nossos erros; outros, mais fortes e mais cultos,

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