Eu tenho bastante bom senso para considerar essas escolhas como mero sinal de apreço pelas ciências no Brasil. Quando conversei com os sábios da Europa, disse-lhes, muitas vezes, que deviam conceder essas honras científicas a brasileiros que podem ocupar-se verdadeiramente de estudos científicos.
"Amo o estudo das línguas, sobretudo na sua comparação, e nunca disse que falava bem muitas línguas. Traduzo a livro aberto latim e inglês; as que posso falar sem maior dificuldade — grego, facilmente, alemão, que posso falar, porém mal, como também falo francês desde minha infância, e, desde jovem, italiano e espanhol. Não me refiro a outras línguas, porque só me tenho ocupado delas propriamente em relação à filosofia, ainda que as tenha traduzido em meus estudos(12) Nota do Autor.
"Quem foi "colocado" à testa do governo — e falo assim porque posso dizer que, se não fosse pouco mais de criança, em 1840, eu não cederia a tantos pedidos — na idade de 14 1/2 anos, não pode ter aprendido bastante para que, sendo dotado de bom senso, considere-se sábio. Nunca desejei amesquinhar ninguém, quando não posso deixar de reconhecer que só os homens de grande mérito e prestígio praticam ações correspondentes, e sempre pensei que minha intervenção apenas teria o valor de revelar a boa vontade que nunca me faltou, nem faltará, para servir o Brasil.
"Durante minhas viagens não tive tempo senão para tornar mais conhecido o Brasil e travar relações pessoais que já lhe têm sido úteis. Se procurei mostrar aí o que já sabia, foi por que se visse que no Brasil também se estuda, ainda mais em outras condições que não as minhas, e evitar que me tomassem de meu tempo, que era tão curto, o que gastassem inutilmente em explicar-me o que eu conhecia.
"Observo, ainda, que para a Seção de Geografia da Academia de Ciências têm sido eleitos simples viajantes, e que, se