INTEIREZA DE D. PEDRO I
Entre as qualidades pessoais do Proclamador da Independência e Fundador do Império está, seguramente, a honestidade, frequentemente patenteada em atos que demonstram o seu zelo pelos dinheiros públicos.
No setor da fortuna privada, foi igual a inteireza de D. Pedro I. É o que prova, por exemplo, o documento adiante transcrito, copiado do original existente no precioso arquivo do Sr. Francisco Marques dos Santos, membro do Conselho Consultivo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Trata-se de um título de dívida, totalmente escrito pelo primeiro Imperador do Brasil, em favor de seus filhos, relativo às joias, pertencentes ao patrimônio dos príncipes e herdadas de sua falecida mãe, a Imperatriz D. Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo-Lorena. Delas lançou mão o Imperador, para, à falta de outras, oferecê-las à nova esposa e segunda Imperatriz, a princesa D. Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais-Leuchtenberg. Não o fez, porém, sem redigir do próprio punho o curioso documento, que cabalmente demonstra o seu cuidado em preservar de futuras confusões os bens dos filhos menores.
Tiveram integral execução as disposições determinadas por D. Pedro I, pois ao tempo das Regências sempre figuraram, nos balanços anuais da Mordomia da Casa Imperial, os rendimentos das apólices ali mencionadas