em que são ainda bem nítidos os vestígios de pintura (ou decoração pintada), com participação do vermelho, do amarelo, do branco e do preto. Esses fragmentos são tantos que não deixam dúvidas quanto à frequência de tal prática."
Ídolos e outros tipos de vasos se encontram, inteiros ou fragmentados, com a pintura perfeitamente conservada, como alguns que o citado autor fez desenhar da coleção Robert Brown e outros da sua coleção particular.
Maurício de Heriarte, que visitou os tapajó, constatou serem pintados os seus ídolos(1) Nota do Autor.
A cerâmica de Santarém, notável pelo bom gosto e difícil estilização, caracteriza-se também pela abundância e variedade dos motivos plásticos supostamente filiados às civilizações do continente centro-americano.
Na opinião de Angyone Costa, a cerâmica de Santarém se aproxima de certos modelos maias: "a arte indígena nas terras tapajônicas deu ali alguns dos seus melhores tipos, criando formas de acentuada beleza, que lembram no desenho morfológico peças de arqueologia chinesa antiga."
Loven assinalou que nas Antilhas se encontra cerâmica igual à de Santarém; as cabeças de pássaros encontradas nesta louça são também usuais em Cuba, São Domingos e Trindade.
Nordenskjold, por sua vez, observa similitude entre as cerâmicas de Santarém, rio Beni (Bolivia) e Costa Rica. Na sua opinião, os vasos de três pés, a representação de cariátides e os ornatos feitos com a representação de macacos na posição de saltar, comuns em Santarém, aproximam-se da louça rica de Chirique e Costa Rica, na América Central.
Heloísa Alberto Torres opina que a olaria da civilização tapajó-Trombeta seja posterior ao apogeu da louça marajoara e que seu nível artístico, inferior ao desta ilha, possui, entretanto, com relação técnica de fabricação e quantidade de produção, já industrializada, um desenvolvimento considerável. Em Santarém se encontram as formas que também se empregavam na América Central e nos Andes para a fabricação da cerâmica; já em Marajó, centro essencialmente artístico, trabalhava-se a mão livre, informa ainda Heloísa Alberto Torres.
Frederico Barata(2) Nota do Autor, entretanto, discorda dessa opinião e observa que não têm razão, assim, os que teimam em afirmar ter sido a cerâmica